loader

Relatório aponta ano de 2023 como o mais quente do planeta desde 1850; entenda

  • Home    /
  •    Notícias    /
  • Relatório aponta ano de 2023 como o mais quente do planeta desde 1850; entenda
Relatório aponta ano de 2023 como o mais quente do planeta desde 1850; entenda

No Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, especialista faz alerta para alterações significativas em ecossistemas ao redor do mundo. Frequência das ondas de calor em diversas regiões do mundo preocupa cientistas GETTY IMAGES/BBC Dados do serviço europeu de mudança climática Copernicus, divulgados em janeiro deste ano, confirmaram uma previsão assustadora: 2023 foi o ano mais quente no planeta desde 1850. Segundo o relatório, todos os 365 dias de 2023 foram ao menos 1ºC mais quentes do que a temperatura média global calculada entre 1850 e 1900. Quase metade deles esteve pelo menos 1,5 °C acima desse parâmetro de base, que representa o clima da era pré-industrial. Número de dias desde a década de 1990 em que a temperatura média globa ultrapassou a do período pré-industrial Alexandre Affonso / Revista Pesquisa FAPESP A temperatura média da atmosfera terrestre chegou a 14,98 °C. Esse valor foi 0,17 °C acima do recorde anterior, de 2016, e 0,60 °C acima da média do período de 1991 a 2020. Além disso, os dias 17 e 18 de novembro do ano passado registraram, pela primeira vez, temperaturas mais de 2 °C acima da média da segunda metade do século 20. No Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, estabelecido em 16 de março, o Terra da Gente traz um alerta para os impactos da crise, além de previsões para este ano e comentários sobre o assunto. De acordo com Ricardo de Camargo, professor associado do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP (IAG), apesar da tendência crescente, a expectativa é que as temperaturas de 2024 sejam mais baixas pelo arrefecimento do fenômeno El-Niño. "É possível que o decaimento do El-Niño ao longo de 2024 tenha um impacto direto nas temperaturas médias globais, fazendo com que os valores de temperatura média não alcancem aqueles observados em 2023". "No entanto, o aumento gradual e contínuo de temperatura devido aos gases do efeito estufa é bastante evidente, pois há uma clara subida de valores ao longo de toda a série", enfatiza. "No entanto, conforme a magnitude dos eventos associados ao Sistema El-Niño Oscilação Sul em suas fases positivas e negativas, El-Niño e La-Niña, respectivamente, há uma superposição de eventos de menor escala temporal culminando com aumentos mais ou menos evidentes", analisa. El Niño e La Niña Para contextualizar, as temperaturas globais e os padrões de chuva são afetados por um fenômeno climático conhecido como Sistema El Niño Oscilação Sul (ou ENSO, na sigla em inglês). O evento tem dois estados opostos El Niño e La Niña. Mapa mostra o aquecimento das águas do Oceano Pacífico, por conta do El Niño, no fim de 2023. NOAA Caracterizado pelo aquecimento maior ou igual a 0,5°C das águas do Oceano Pacífico, o El Niño acontece com frequência a cada dois a sete anos. A duração média do fenômeno é de doze meses, impactando no aumento da temperatura global. Enquanto o El Niño se refere às situações nas quais o oceano Pacífico Equatorial está mais quente do que a condição média histórica, o La Ninã se refere à situação oposta, ou seja, quando o oceano Pacífico Equatorial está mais frio do que a condição média histórica. Efeitos do El Niño no Brasil Temperaturas acima do normal em todo o Brasil Chuvas abaixo da média na região amazônica Chuvas irregulares no Nordeste Efeitos do La Niña no Brasil Aumento de chuvas no Norte e no Nordeste; Tempo seco no Centro-Sul, com chuvas mais irregulares; Tendência de tempo mais seco no Sul; Condição mais favorável para a entrada de massas de ar frio no Brasil, gerando maior variação térmica. Próximo ao limite Segundo dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPPC), o clima terrestre atual está quase 1,2 °C mais quente do que em meados do século 20. Ou seja, estamos cada vez mais próximo ao limite desejável estabelecido pelo Acordo de Paris. Firmado no final de 2015, o Acordo do Clima de Paris é um tratado internacional assinado por quase 200 países com o intuito de limitar o aumento do aquecimento global neste século a 2 °C em relação à temperatura média da sociedade pré-industrial. À medida que o limite de 1,5°C for ultrapassado, perdas relacionadas à biodiversidade, segurança alimentar, saúde e crescimento econômico tendem a se elevar a níveis catastróficos. Foto vencedora de concurso sobre vida selvagem mostra consequências das mudanças climáticas NIMA SARIKHANI/WILDLIFE PHOTOGRAPHER OF THE YEAR Impactos e medidas Segundo Ricardo, já é possível verificar alterações significativas em diversos ecossistemas ao redor do planeta, seja associado a valores de temperatura seja de mudanças no regime de precipitação. "Ao considerar a diversidade de organismos vivos que se adaptaram a essas condições nos últimos séculos, tais mudanças podem representar um risco iminente para sua preservação", comenta ele. LEIA TAMBÉM A impressionante foto de urso polar dormindo em iceberg que venceu prêmio de fotografia Como os fenômenos El Niño e La Niña afetam o clima no mundo El Niño entra em fase final, mas efeitos do fenômeno devem ser sentidos até o outono Dentre os organismos mais afetados, estão os recifes de corais, animais que vivem nos pólos do planeta e espécies migratórias, cuja reprodução esteja associada à periodicidades dos ciclos ou à migração para locais com condições já alteradas pela ação humana. Branqueamento da espécie de coral Millepora sp. Pedro Pereira Ao falar dos impactos, o professor ressalta que a mudança de uso do solo e o crescimento urbano têm impactos significativos não apenas localmente, mas também globalmente, no entanto, cada região responde de maneira diferente a esses impactos. "É preciso que cada um coopere na medida de suas forças para minimizar os efeitos das mudanças climáticas. A mudança da matriz energética será a grande determinante para uma efetiva diminuição das emissões de gases do efeito estufa, uma vez que a queima de combustíveis fósseis é uma de suas contribuições mais determinantes", conclui. Ainda segundo o relatório Copérnicus, as concentrações atmosféricas de dióxido de carbono e metano aumentaram cerca de 0,5% e atingiram níveis recordes em 2023, sendo 419 ppm e 1.902 ppb, respectivamente. VÍDEOS: Destaques Terra da Gente

Publicada por: RBSYS

BAIXE NOSSO APP

Utilize nosso aplicativo para escutar TOP HITS direto de seu dispositivo movel.

img

Copyright © 2024 TOP HITS. Todos os direitos Reservados.