Crimes aconteciam, segundo a Polícia Civil, dentro de casa, com frequência, e geralmente, depois que o homem fazia o uso de bebida alcoólica. Homem preso suspeito de estuprar 11 filhos em Itinga
Polícia Civil
Um homem, de 47 anos, foi preso na noite desse sábado (16), suspeito de estuprar os 11 filhos, seis meninos e cinco meninas, em Itinga, no Vale do Jequitinhonha. Ele foi localizado em uma área de mata, na comunidade Cabeceira do Teixeirinha, na mesma cidade.
A investigação conduzida pela Polícia Civil de Araçuaí, começou após o Conselho Tutelar do município informar que um pai de família estaria abusando sexualmente de duas filhas menores de idade, 13 e 17 anos.
Segundo o delegado que está à frente do caso, Ciro Trindade Roldão de Carvalho, durante apuração da denúncia, foi constatado que os abusos aconteciam com frequência e dentro de casa.
"O Conselho Tutelar acompanhava essa família porque já tinha o relato de que essas crianças eram abusadas, e as próprias meninas depois foram até o Conselho Tutelar e falaram dos abusos. Mas a família já fazia o acompanhamento por causa de denúncias", explicou Ciro.
Foi descoberto, segundo a PC, que a primeira vítima dos estupros foi a filha mais velha, atualmente com 25 anos. Os abusos começaram quando ela tinha 17 anos, e resultaram no nascimento de uma criança, hoje com 5 anos.
As vítimas contaram que, quando a irmã mais velha engravidou o pai a privava de alimentos e forçava a tomar remédio para abortar.
Conforme a Civil, a mãe, de 45 anos, no início das investigações, negou todos os fatos e conforme relatos dos conselheiros tutelares, ela incentivava as vítimas a mentir, negando os abusos durante os depoimentos.
No entanto, a mulher decidiu colaborar com as investigações a partir do momento em que o marido propôs uma relação a três, entre ele, ela e a filha, de 25 anos.
"A mãe no início, negava todas as acusações contra o esposo. Ela decidiu começar a colaborar quando o marido propôs uma relação a três, entre os dois e a filha mais velha. Então ela ficou com ciúmes e, aí sim, decidiu colaborar. Porque antes disso, conforme o depoimento dos conselheiros tutelares, ela sempre negou à pratica dos abusos e sempre incentivou as filhas a mentirem sobre esses abusos", explicou o delegado.
A conduta da mãe vai ser investigada, segundo a polícia.
Ainda conforme a Civil, as investigações apontam que todos os filhos sofreram os abusos.
Duas filhas, que hoje são casadas, teriam, por causa dos estupros, resolvido se casar logo para sair de casa. Este fato ainda está em investigação segundo a PC que trabalha apurando outros detalhes como a frequência dos abusos e o uso excessivo de álcool por esse homem antes de cometer os crimes.
Conforme o delegado, "Os abusos eram frequentes, aconteciam dentro de casa, e geralmente, as vítimas narraram que aconteciam após ele fazer o uso imoderado de bebida alcoólica".
O mandado de prisão preventiva foi pedido com base nos abusos em relação as adolescentes, de 13 e 17, e a filha mais velha, de 25.
A PC informou que teve muita dificuldade para prender o homem, porque apesar do mandado ter sido expedido em caráter sigiloso, ele desconfiava que poderia ser preso porque sabia que a filha tinha o denunciado.
"Por vários dias, os policiais ficaram de campana, esperando. Se vestiram até de funcionários da prefeitura, como se tivessem indo fazer cadastro, mas se ele, chegasse a ver algum carro ou pessoa desconhecida, ele fugia. Tanto é, que para efetuar a prisão, tivemos que ir quase de madrugada. Nós tivemos informações da localização e conseguimos prender", disse Ciro.
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Ainda conforme o delegado, além da desconfiança do homem em ser preso, outro fato que dificultou a prisão, é que havia um buraco na mata onde ele se escondia.
"E a grande dificuldade também, era porque em zona rural tem muito cachorro, então qualquer movimentação, os animais começavam a latir e ele fugia. As informações são de que ele tinha até um buraco na mata para se esconder da polícia. Ele enviou um áudio para a mulher, falando que se os policiais fossem até ele, ele não tinha medo, estava esperando os policiais com arma de fogo, pronto para morrer".
Até agora, pelos crimes descobertos durante as investigações, o homem deve responder segundo a Civil por estupro de vulnerável, de 8 a 15 anos de prisão e estupro, de 6 a 10 anos.
"Lembrando que em todos esses casos tem a pena de aumento do artigo 225, por ele ser o pai das vítimas", explicou o delegado.
A Civil informou que o caso segue em apuração e que ainda não há previsão para a conclusão do inquérito.
"A gente pretende, o mais breve possível, terminar com essa investigação. Vai depender da gente localizar os outros filhos, ouvir todo mundo. Mas em relação ao estupro das filhas, 13, 17 e 25, já está elucidado. O crime aconteceu mesmo e nós vamos enviar para a justiça. Então as investigações vão seguir em relação aos outros filhos", finalizou Ciro.
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Publicada por: RBSYS