O BRT começou a ser construído em 2015 para facilitar a vida de cerca de 200 mil passageiros de Goiânia. Era para ter sido entregue em 2019, mas até agora o que se vê são obras. Obra planejada para melhorar o trânsito de Goiânia se arrasta há nove anos
Uma obra que foi planejada para melhorar o trânsito de Goiânia está se arrastando há nove anos sem conclusão.
O BRT, sigla em inglês para trânsito rápido de ônibus, começou a ser construído em 2015 para facilitar a vida de cerca de 200 mil passageiros de Goiânia. Era para ter sido entregue em 2017, mas até agora o que se vê são canteiros de obras.
“É um absurdo, né? Porque o dinheiro foi gasto”, diz uma mulher.
São quase 23 km de um corredor exclusivo de ônibus que ligaria a capital de norte a sul, com 36 estações de embarque e seis terminais de integração. O projeto foi anunciado com a promessa de uma pista exclusiva que permite ao ônibus desenvolver uma velocidade maior, cerca de 26 km/h, já que não precisa dividir espaço com carros, motos e caminhões. E, assim, é possível diminuir o tempo da viagem em até 40%. Mas sem a conclusão do BRT, o passageiro ainda não pode desfrutar deste benefício.
Obra planejada para melhorar o trânsito de Goiânia se arrasta há 9 anos sem conclusão
Jornal Nacional/Reprodução
Prejuízo também para o comércio. Com a interdição de ruas, os clientes sumiram das regiões em obras. Resultado: o comerciante Kelison fechou a loja.
“A pessoa acha difícil, aí vai procurar outro lugar mais fácil”, conta ele.
“São cerca de mais de 600 lojas fechadas só no corredor do BRT. Então, é uma influência muito grande, é um prejuízo muito grande”, afirma Cristiano Caixeta, presidente do Sindilojas – GO.
Pelo novo cronograma, um trecho de quase 18 km será entregue em março. Mas os ônibus só devem começar a circular em julho. Os outros 5 km do projeto original ainda estão em fase de licitação. Segundo a prefeitura, o BRT de Goiânia foi orçado em R$ 242 milhões. Mas depois 17 aditivos no contrato, e estimativa é que passe dos R$ 400 milhões.
“Essa obra teve a concepção lá é 2015, essa obra já era para ter sido entregue a três, quatro anos atrás. Mas, infelizmente, essa obra teve vários problemas no projeto, tivemos problemas também na área ambiental, tivemos problema no próprio Iphan, que essa obra passa por onde tem tombamento. Além da pandemia, onda faltaram insumos, faltou mão de obra e isso, consequentemente, fez a obra se atrasar”, diz Denes Pereira, secretário de Infraestrutura de Goiânia.
Enquanto isso, os passageiros são obrigados a dividir abrigos apertados ou enfrentar o sol forte ou a chuva.
“Demora. Muitas vezes, a gente fica muito tempo no ponto de ônibus”, conta uma mulher.
Repórter: "Se tivesse o BRT já funcionando, como seria?"
Mulher: “Ótimo, nossa era um alívio para nós. Não ia ter essa desculpa de ônibus atrasar, fazer uma rota diferente."
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Publicada por: RBSYS