A medida prevê uma proteção cambial para investidores em projetos de transformação ecológica. Governo brasileiro quer atrair investimentos estrangeiros para desenvolvimento sustentável
O governo brasileiro lançou nesta segunda-feira (26) um programa com objetivo de atrair financiamento estrangeiro para projetos de economia verde. O anúncio foi feito durante evento que antecede a reunião de ministros de Finanças do G20.
O Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas reúne organizações não governamentais dedicadas ao desenvolvimento sustentável e especialistas em sustentabilidade, mas também investidores e representantes de governos de países ricos que possam financiar uma economia verde, livre da emissão de gases do efeito estufa.
Como anfitrião do encontro do G20, o Brasil disse que vai priorizar nas discussões medidas concretas para reduzir os efeitos das mudanças climáticas e anunciou um programa para atrair mais investidores estrangeiros.
O Ministério da Fazenda e o BID, Banco Interamericano de Desenvolvimento, lançaram uma linha de crédito com proteção contra riscos cambiais a empresas brasileiras que buscarem empréstimos em dólar para projetos de transição ecológica, como a instalação em larga escala de painéis solares, por exemplo. Vai funcionar como um seguro, que cobre as perdas do investidor em caso de forte desvalorização do real.
"Precisamos incrementar a taxa de investimento do país e o capital privado tem um papel essencial nisso. E o capital privado doméstico não vai dar conta de fazer isso sozinho. Nós precisamos também aí do apoio do capital externo", diz Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional.
O Banco Central vai intermediar a relação entre os bancos que oferecerem o seguro e as empresas que tomarem o empréstimo.
O presidente do BID, Ilan Goldfajn, destacou a importância de programas como esse pra viabilizar a transição para uma economia que gere empregos e um futuro mais sustentável.
"Precisa de muitos recursos. O que a gente conversou hoje é como fazer isso, como ser seletivo, como ter impacto, como usar os instrumentos que a gente tem para maximizar os recursos tanto dos bancos como dos investidores privados para América Latina, América do Sul, mas para o clima em geral", diz Ilan Goldfajn.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que as economias que poluem precisam somar esforços.
"Se fizermos a correta integração entre esforço do setor público e privado, a gente pode fazer a diferença em uma agenda que é estratégica para a preservação do equilíbrio do planeta e consequentemente a manutenção da vida", afirma Marina.
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Publicada por: RBSYS