Pacientes com anemia de fanconi tem até mil vezes mais chances de ter câncer, diz especialista. Hospital da capital é destaque em transplante de medula óssea. Curitiba é pioneira no tratamento contra anemia fanconi
Curitiba é referência internacional no tratamento contra a anemia de fanconi, doença rara que causa uma insuficiência progressiva da medula óssea. Especialistas da capital ajudam nas pesquisas que avançam cada vez mais e aumentam ajudam a aumentar as chances de vida dos pacientes.
Ao afetar a medula óssea, a doença genética impede a produção de células sanguíneas em quantidade suficiente para o corpo funcionar normalmente. Apesar de ser uma doença do sangue, também pode atingir órgãos e tecidos.
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Há uma década, a sobrevida dos pacientes diagnosticados com anemia fanconi era de 20%. A taxa hoje é de cerca de 95%, graças ao trabalho pioneiro que em Curitiba, no Serviço de Transplante de Medula Óssea do Hospital de Clínicas, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A hematologista e transplantadora Carmem Bonfim se dedica há mais de trinta anos ao tratamento de pessoas com anemia de fanconi e é considerada referência nacional na área.
A médica explica que o transplante de medula cura as alterações no sangue, que são a principal complicação da doença. Porém, os tratamentos continuam pela vida toda.
Anemia de fanconi afeta diretamente a medula óssea
Arte/RPC Curitiba
De acordo com a especialista, o transplante é feito usando células tronco do sangue.
"Como a doença é sistêmica, o que acontece? A gente vai curar a parte do sangue, mas a gente tem que cuidar para o resto da vida das outras complicações associadas a essa doença. Quanto mais cedo a gente detectar, quanto mais a gente conhecer sobre a doença, mais a gente pode se cuidar para prevenir que as complicações aconteçam no futuro."
Segundo a hematologista, pacientes com esse tipo de anemia tem de 800 a mil vezes mais chances de desenvolver câncer, por exemplo. O diagnóstico é feito a partir de exame de sangue disponível no SUS.
Ainda que outras cidades brasileiras também façam o transplante de medula em pacientes com a anemia rara, Curitiba concentra cerca de 90% dos atendimentos e a maioria das discussões dos quadros clínicos.
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Uma vida de cuidados
Milena e a mãe Leidiana: menina foi diagnosticada aos 3 anos com anemia rara
RPC Curitiba
Foram três anos de incertezas até que uma família de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), chegou ao diagnóstico de que a filha Milena Nascimento tinha a doença rara.
A mãe, Leidiana, conta que um dia a menina passou muito mal e teve uma febre alta que não passava.
"Foi feito o exame de sangue e constou plaqueta baixa. Aí a doutora pediu para coletar a medula e nesse tempo foi sair o resultado e, depois mais de um mês, constou que ela tinha anemia de fanconi."
Milena chegou a fazer tratamentos com medicamentos, mas a situação piorou. Ela foi uma das pacientes que fez o transplante de medula no Hospital de Clínicas em Curitiba - o doador foi o próprio pai dela.
Mesmo após o transplante, a menina ainda tem uma rotina de cuidados e de consultas médicas regulares.
A funcionária pública Eliana Descanio foi diagnosticada com anemia de fanconi nos anos 90. Na época ela veio de Campinas (SP) para Curitiba receber o tratamento e também precisou do transplante.
Hoje leva uma vida normal e se dedica a uma associação que reúne pacientes de todo Brasil.
"A gente quer levar informações para estes pacientes e os familiares, conseguir recursos também para a gente investir em pesquisas para a cura da anemia de fanconi, pesquisas para o câncer", explica.
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Publicada por: RBSYS